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As diferenças entre as eleições no Brasil e nos Estados Unidos

As eleições no Brasil e nos Estados Unidos representam dois modelos distintos de escolha democrática, tanto em seu funcionamento quanto na experiência dos eleitores.

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Enquanto no Brasil a votação é direta e padronizada, nos EUA o sistema é mais complexo e descentralizado, variando significativamente de acordo com o estado. Abaixo, vamos explorar as principais diferenças, características das cédulas de votação e algumas curiosidades sobre o processo eleitoral norte-americano.


1. Sistemas eleitorais: Direto vs. Colégio Eleitoral

No Brasil, as eleições para a presidência e outros cargos são diretas e decididas pelo voto popular. Isso significa que, para vencer, o candidato precisa apenas obter a maioria dos votos válidos, considerando-se o segundo turno, se necessário. Esse modelo garante que o candidato com mais votos diretos dos cidadãos seja o vencedor, o que simplifica o processo e facilita a compreensão.


Já nos Estados Unidos, a eleição presidencial é indireta e funciona através do sistema do Colégio Eleitoral. Nesse modelo, cada estado possui um número determinado de “votos eleitorais”, que são distribuídos com base na população. Em uma eleição presidencial, os eleitores votam para eleger delegados, que, por sua vez, se comprometem a votar no candidato que ganhou a maioria naquele estado. Para vencer, o candidato precisa conquistar pelo menos 270 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. Esse sistema leva a situações curiosas, em que um candidato pode ganhar a presidência mesmo sem obter a maioria dos votos populares – uma situação que já ocorreu cinco vezes na história dos EUA, incluindo as eleições de 2000 e 2016.


2. Cédula de votação: Eletrônica x Impressa e variável

No Brasil, a cédula de votação é inteiramente eletrônica, e o processo de votação é rápido e simples. As urnas eletrônicas, implementadas em todo o território nacional, permitem ao eleitor apenas digitar o número do candidato escolhido, garantindo agilidade na apuração dos votos e um baixo índice de erros.


Por outro lado, nos Estados Unidos, não existe um sistema de votação nacional padronizado; cada estado e, em muitos casos, cada condado, pode adotar métodos diferentes. Embora o voto eletrônico seja usado em algumas regiões, muitos estados ainda utilizam cédulas impressas, que variam em formato e conteúdo. Em certos locais, os eleitores preenchem bolhas ao lado do nome de seu candidato, similar ao sistema de provas de múltipla escolha, enquanto em outros, a votação é feita com alavancas ou cartões perfurados. Essa diversidade permite flexibilidade, mas pode resultar em confusão e erros, como aconteceu na famosa disputa presidencial de 2000, onde os votos da Flórida foram recontados devido a falhas na interpretação das cédulas.


3. Curiosidades das eleições americanas

O sistema eleitoral dos Estados Unidos traz algumas peculiaridades interessantes que o tornam único. Confira algumas delas:


Eleição na Terça-Feira: Nos EUA, o dia da eleição ocorre sempre na primeira terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro. Essa tradição vem do século XIX, quando a economia norte-americana era baseada na agricultura, e muitos eleitores viajavam longas distâncias para votar. A terça-feira foi escolhida para que as pessoas tivessem tempo de chegar aos locais de votação após o fim de semana e pudessem voltar a tempo de participar das atividades comerciais.


"Swing States": Em razão do sistema do Colégio Eleitoral, certos estados, chamados de "swing states" (estados-pêndulo), se tornam cruciais nas disputas eleitorais. Esses estados, como Flórida, Pensilvânia e Michigan, alternam frequentemente entre os partidos democrata e republicano, e por isso, os candidatos costumam concentrar muitos esforços de campanha neles. Uma vitória nesses estados pode ser decisiva para o resultado da eleição.


Voto Antecipado e pelo Correio: Ao contrário do Brasil, onde o voto deve ser presencial (exceto em situações específicas como o voto em trânsito), nos Estados Unidos, os eleitores podem votar antecipadamente e pelo correio. Esse recurso é amplamente utilizado e permite maior conveniência, especialmente para eleitores que vivem em locais remotos ou que têm dificuldades para comparecer ao local de votação no dia oficial.


Voto Opcional: Diferente do Brasil, onde o voto é obrigatório para todos os cidadãos entre 18 e 70 anos, nos EUA o voto é opcional. Isso faz com que campanhas sejam fortemente focadas na mobilização do eleitorado, visando convencer mais cidadãos a irem às urnas.


4. Segurança e transparência

Enquanto no Brasil as urnas eletrônicas são um elemento central de segurança e rapidez no processo eleitoral, nos EUA a segurança é garantida por auditorias, cédulas de papel em alguns estados e mecanismos de verificação. Mesmo com as divergências, ambos os países buscam adaptar seus processos para garantir eleições transparentes e confiáveis.


As eleições no Brasil e nos Estados Unidos são exemplos claros de como o processo democrático pode assumir diferentes formas e características. Enquanto o Brasil simplifica o processo com o voto direto e as urnas eletrônicas, os Estados Unidos mantêm um modelo mais complexo e variado, refletindo a história e a estrutura descentralizada do país. Ambas as abordagens possuem vantagens e desafios, mas ambas compartilham o mesmo objetivo: garantir que a voz do povo seja ouvida.

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